terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Início do ano letivo de 2016 - Autoestima do professor Combustível para ensinar e para aprender por Júlio Furtado

Autoestima do professor
Combustível para ensinar e para aprender
por Júlio Furtado
Segundo Nathaniel Branden, autoestima é o nível de apropriação que se tem perante a vida e os desafios que ela nos coloca, ou seja, é o quanto acreditamos que vamos "dar conta da vida".
Ter autoestima saudável não significa repetir a todo o momento que se é bom ou o melhor de todos. Ao contrário, esse comportamento revela uma tentativa de acreditar no que se diz e é um sintoma de quem se apoia na ilusão de um autorrespeito e de uma autoeficiência sem base na realidade, além de caracterizar certo tipo de autodefesa para que não se tenha de encarar suas fragilidades.
Uma das características da autoestima saudável é avaliar-se segundo parâmetros reais, sem ampliações ou negações de quem se é. Ter autoestima saudável não significa estar imune à dor e ao sofrimento, mas encará-los de frente quando surgirem diante de nós. Quem tem autoestima saudável sofre, mas não se identifica com o sofrimento. Adoece, mas procura rapidamente a cura. Logo, estamos falando de um estado de lucidez e bom-senso com relação a si mesmo. Quem possui autoestima saudável encara os desafios, pois acredita que pode vencê-los e sabe que, caso não os vença, da próxima vez que enfrentá-los estará mais fortalecido. Já aquele que tem baixa autoestima tende a evitar os confrontos, impedindo, assim, a dor da possibilidade do fracasso.
Nos últimos 40 anos, o professor vem sofrendo impactos desafiadores para sua autoestima e a manutenção de sua saúde.
[...]
É por meio de nossa identidade que nos percebemos, nos vemos e queremos que nos vejam. A identidade profissional é uma construção do profissional que somos, evolui ao longo da nossa carreira e pode ser influenciada pela escola, pelas reformas e pelos contextos políticos. A literatura disponível diz que faz parte da identidade profissional dos professores o comprometimento pessoal; a disposição para aprender a ensinar as crenças, os valores e o conhecimento sobre a matéria que lecionam e saber lidar com as experiências passadas e com a vulnerabilidade profissional.
O conceito de identidade profissional evolui e se desenvolve, tanto pessoal como coletivamente, durante a vida. Esse desenvolvimento acontece no terreno do intersubjetivo e se caracteriza como um processo evolutivo, um processo de interpretação de si mesmo como pessoa dentro de um determinado contexto. É o que vemos no reflexo do espelho da consciência de nós mesmos. Numa primeira instância, a identidade pode ser entendida como uma resposta à pergunta, "Quem sou eu neste momento?". A identidade profissional não é uma identidade estável, inerente ou fixa. É resultado de um complexo e dinâmico equilíbrio, no qual a imagem que o profissional da educação tem de si se harmoniza com a variedade de papéis que ele acredita que deva desempenhar.
Sejam bem vindos!!

Supervisora Elen Viriato
Fonte: http://juliofurtado.com.br/autoestima-do-professor-combustivel-para-ensinar-e-para-aprender/